sábado, 25 de dezembro de 2010

“O Natal deveria ser banido.” Ozzy Orbourne – Black Sabbath

Caro amigo(a) leitor(a), quem acompanha sempre meu blog, perceberá a similaridade desse tipo de abordagem, tal como desse texto a seguir. Podem comentar se quiserem.

Em mais um período de comemorações, o qual tem como base a estória e a religião, o verdadeiro significado celebrante é mascarado, mais uma vez, por o consumerismo-comemorativo.



Não me exponho aqui com a intenção de dizer que sou um anjinho da igreja, muito pelo contrário, outro dia até assustei uma amiga ao dize - lá que adoraria ver explodido o Cristo Redentor. Gostaria por o mesmo motivo hipócrita de que quando escuto “O Rio continua lindo” enquanto paralelamente famílias se agoniam de “sede por a falta de água de um RIO”.

E digo que se deve celebrar, relembrar e comemorar com amigos e parentes, que sejam queridos diga-se de passagem.  Fazer valer e relembrar as delícias da vida sem fazer sala para alguém. Isso não é justo, ou deveríamos fazer só porque é Natal...

Não faço em nenhum lugar e nem em data alguma.

Antes de vir para o interior onde geralmente sempre passo feriados e datas com meus familiares, dei uma passada em um Shopping em Salvador, e o consumerismo-comemorativo causador do Alzheimer da sociedade em relação à verdade das datas comemorativas, já se compunha naquele estabelecimento comercial.

Eu fui assistir a um filme: A rede social.

Foi uma das piores sensações que já tive. Por eu ter fobia ao estar em lugares com muita gente ou tumulto, presenciei a correria e a agonia das pessoas que se debatiam umas nas outras com suas sacolas de comemoração. E enquanto isso infelizmente eu andava por aqueles corredores enfermos até achar a saída mais próxima. 

Doce descoberta


Desvendei que tu gostas de Lírios, mas que Doce foi a Descoberta!
Doces daqueles que brotam da terra,
Sublime, que só se encontra na Garapa, isso mesmo, aquela erva.
E só podia dá em Lírios, mais um derivado da terra...

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A vida só é possível reinventada"

Vídeo que criei como trabalho de finalização da disciplina Sociedade e Tecnologia orientado pela professora Lia Alvarenga.

Tema: "A vida só é possível reinventada"

domingo, 28 de novembro de 2010

domingo, 14 de novembro de 2010

A Posse

Eu, meu marido e minha filha, vivíamos num dos melhores bairros de Recife, tínhamos uma livraria e uma vida muito confortável.
Adorava morar lá, os vizinhos eram educados. Eu e meu marido tínhamos vários amigos, diferente da minha filha que nunca a via com ninguém, imaginava que ela poderia ser muito tímida para fazer amizades. Por isso me esforçava para que ela encontrasse nos livros a alegria de quem amigos, mas não adiantava, ela não estava nem ai para os livros, preferia jogos eletrônicos e doces, muitos doces.
Houve um tempo que eu estranhei o comportamento de Gloria, todas as tardes ficava na sala de casa, como se esperasse por alguém, e esperava, porque todas as tardes a campainha tocava e ela ia até a porta, mas não demorava e voltava para sala com um sorriso de satisfação.
Certa vez, perguntei, a Gloria quem era a pessoa que ela recebia todas as tardes, e porque aquele momento a deixava tão feliz, ela nada disse, e eu já esperava por essa reação, ela era uma criança fechada. Como mãe, eu me preocupava, talvez por sentir culpa, por ela ser assim.
Numa tarde decidir, descobrir o motivo das visitas vespertinas que eram feitas para minha filha. Esperei a campainha tocar e logo em seguida apareci. A visitante, constante era uma menina de corpo magro e cabelos lisos, parecia muito triste e cansada, perguntei qual era o motivo das visitas, elas ficaram caladas por algum tempo e, em seguida, tentaram falar, cada uma com suas versões.
O motivo das visitas daquela garotinha era a promessa a que Gloria fizera, de emprestar “As Reinações de Narizinho”, de Monteiro Lobato, empréstimo que não havia sido feito, pelo fato de minha filha sentir prazer em ver aquela menina se humilhando todas às tardes.
Vi que aquela vitima de Gloria gostava muito de ler, afinal aquela persistência era uma prova do gosto que ela tinha pelos livros. Gloria nem tinha tocado, ela era tão cruel que eu nem havia percebido. Minha filha não tinha amigos, porque era cruel e soberba.
Não havia opção melhor que tentar conserta o erro dela. Decidir entregar o livro a aquela garota, dizendo que ficasse o tempo que quisesse, era uma forma de reparar a humilhação que aquela menina sofreu, e castigar Gloria, entregando aquele livro que era a arma de tortura que ela usava contra a colega.
Aquela garota saiu com o livro contra o peito, muito tímida, e seguiu andando como se levasse um vaso de cristal. O livro parecia frágil nas mãos daquela menina, fiquei ali parada, vendo ela ir pela rua, feliz e satisfeita.


Texto de: Silvana Dantas, Rebeca Fucs, Luana Fiquene

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Felicidade Clandestina

Por Marcos W. Oliveira e Rangel Querino

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Gorda, baixa, sardenta e de cabelos crespos, assim era Zefinha. Não surpreendia o seu desafeto pela leitura, não porque era feia, mas porque era má. Pois leitura é coisa de gente doce, e de doce só tinha as balas no bolso da blusa por cima do busto, o que a deixava ainda mais corcunda e desengonçada.

Porém, o seu pai era dono de livraria, quase uma qualidade, pois várias meninas de sua idade, amantes da leitura, sonhariam com essa realidade. Era fácil citar uma delas, como Laura, que morando num sobradinho no outro lado da rua, sentia um imenso prazer em ler. Diferente de Zefinha ela tinha uns cabelos de milho, daqueles bem loirinhos que voavam ao vento pelas ruas de Recife. Imensa era a sua doçura, quase açúcar. Mas havia ainda um pedaço de si faltando, tal inexistência era representada pelo desejo de ter “As Reinações de Narizinho”, livro de Monteiro Lobato.

Outro dia na escola, quase torturando, Zefinha revelou a todos - inclusive a Laura - que tinha em mãos, bem guardado e sem ler, o tal livro desejado. Laura sem titubear ousou e o pediu emprestado, foi algo assim: “pá-pum”. E obedecendo ao tempo mínimo pra resposta, Zefinha disse sim. Era quase indescritível a face de Laura justamente por comportar um reflexo de felicidade e grande esperança, portanto logo marcou de pegar a sua então alegria no dia seguinte.

Laura acordou bem cedo, só escovou os dentes porque era necessário. Ela pisava leve. Ela estava leve. Muito sorrateiramente, bateu na porta de Zefinha, e sem nem respirar, cobrou a dívida que lhe tinha feito. A garota má, quase amarga, sentiu-se doce ao dizer não e justificar a ausência do livro, disse-lhe que havia emprestado pouco antes de sua chegada. A face de Laura se viu no chão, era tão cabisbaixa sua aparência de volta à casa. Mas isso só fez com que começasse o ciclo de visitas diárias.

Sempre no mesmo horário e batendo três vezes na porta, Laura aparecia diariamente na casa de Zefinha. Mas num desses dias, a mãe daquela garota perversa surpreendeu as duas ao abrir a porta, certamente intrigada com a aparição diária de Laura a sua casa. Quis saber o que sucedia. Laura tomou a fala e explicou toda a situação, seu timbre de voz caracterizava a aflição. Dona Clarice, mão de Zefinha, sentiu-se desapontada com a filha e como castigo, não por isso apenas, mas também pela determinação de Laura, resolveu emprestar o livro, e disse-lhe que poderia ficar em seu domínio por quanto tempo fosse necessário.

Laura voltou para casa abraçada com o livro e novamente os seus cabelos voavam. Adiava a leitura, para sempre ter páginas para devorar. “Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.”

domingo, 24 de outubro de 2010

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

SOBRE SUSTENTABILIDADE



Nos dias atuais percebe-se a grande importância do Marketing Institucional ou como queiram, a nova onda da sustentabilidade. Grandes empresas e instituições comerciais na grande maioria, começam a adotar esse modelo de responsabilidade solidária afim de ficaram com boa impressão perante aos olhos dos consumidores.

O mesmo comprador(a) que muitas das vezes, nem faz uma coleta seletiva de lixo em sua casa e nem controla o tempo do banho e o gasto de energia, adota de utilizar produtos como da Natura, Petrobras, Braskem, Camargo Correia, Suvinil, dentre outras empresas, as quais atuam incessantemente em ações de marketing, não só no segmento ambiental mas cultural, esportivo e social. E com esse tipo de ações, ganham destaque e conseqüentemente a preferência do público-alvo, que consome na intenção de estar fazendo a melhor escolha solidária.

Mas há muitos paradoxos. Um deles é se o produto da empresa sustentável for mais caro que o concorrente não sustentável, com absoluta certeza, a maioria dos consumidores preferirão o produto que, por fim,  menos pese no seu bolso. Outra contradição é que algumas destas empresas são responsáveis por danosos acidentes ambientais, desastres ecológicos, contaminações e poluição da natureza.

Hoje a empresa mais bem vista na percepção do consumidor Brasileiro é a Petrobras. Mas quantos acidentes ambientais esta instituição já causou? Hoje acredito que ela seja mais responsável e mais preparada para controlar muito bem suas extrações. Mas por se tratar de uma empresa que extraí matéria prima extremamente poluente, não podemos descartar que acidentes ecológicos aconteçam.

Um drástico acidente ambiental e fresco na nossas mentes, é o derramamento de óleo que ocorre no Golfo do México, que aliais segundo estudos, seus danos serão estendidos para a Europa, atingindo países como a França e a Inglaterra. Seus estragos já matam corais próximos a ilhas e a paraísos naturais, e que podem desaparecer por não possuir mais essa proteção natural. Infectam animais e desempregam pescadores, causando caos na natureza e na economia de diversas sociedades.

E é isso que me preocupa. A gasolina brasileira continua uma das mais caras do mundo, apesar do país ser um dos maiores produtores mundiais, de ter descoberto diversas jazidas de petróleo no fundo do mar, de ser uma empresa estatal, ela é como qualquer outra empresa que utiliza matéria prima da natureza. Desejo que quando começarem a explorar as jazidas de Pré-Sal, não ocorram acidentes ecológicos danosos, que nossa gasolina baixe de preço, que a estatal sirva de verdade como responsável solidária, investindo como prometido pelo Presidente da República Lula, em áreas como: Saneamento Básico, Educação, Saúde dentre outros setores precários da sociedade e que realmente precisam de  responsabilidade social.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Arriscando-me: A Rosa o Lírio dentre outras flores...



Ambas com suas pétalas encantadoras
Carregadas de sentidos, de cheiros e gotículas
Estejam elas no bosque ou na mesa da garota adorada
Cada uma delas emerge de um sentimento
Que nenhum verso se pode falar
Nem a boca pode-se explicar
Quanto a sensação no ato de quem dar
E de quem recebe flores.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Relendo a Felicidade

Felicidade Clandestina

“Não quero ter a terrível limitação de quem vive o que apenas é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada.”

Clarice Lispector

E foi assim... que lemos e relemos, sentimos,inventamos, recriamos A Felicidade Clandestina, de Clarice Lispector.

Felicidade Clandestina

Eram duas garotas que moravam no Recife.Carolina era magra, alta, tinha cabelos lisos e loiros, Débora era gorda, baixa, tinha cabelos crespos e ruivos e não tinha gosto pela leitura.
Certa vez na escola, Débora informou a Carolina, em uma de suas conversas , que possuía o livro " As Reinações de Narizinho", de Monteiro Lobato.Carolina muito animada, resolveu ousar pedir o livro emprestado e obteve como resposta que o teria no dia seguinte.
Pela manhã, Carolina acordou bem agitada, tomou um copo de leite, deu um rápido " tchau" a sua mãe e saiu.Chegando a casa de Débora, logo percebeu a diferença entre o sobrado em que vivia e a maravilhosa casa que estava diante de seus olhos.Débora atendeu-a na porta e avisou que havia emprestado o livro, tão desejado, à outra pessoa e que Carolina voltasse no dia seguinte.
Foi assim, que na manhã de quarta-feira de primavera, Carolina passou novamente na casa de Débora e, apesar do grande sorriso e expectativa, soube que o livro ainda não estava sob posse da garota e então percebeu que aquela cena iria se repetir como um plano diabólico.
Carolina sabia que o tempo para obter o livro era indefinido e, continuava a ir a casa de Débora diariamente. Até que um dia, quando estava ouvindo mais uma recusa, Carolina surpreendeu-se com a aparição da mãe de Débora, que estranhara aquelas visitas matinais.Ela pediu explicações às meninas e a situação ficou confusa, até que virou-se para a filha relatando o fato do livro nunca ter saído da casa, até porque Débora não havia se interessado pela leitura.
Entendendo o plano e perversidade da filha, dona Maria fez questão de emprestar o livro a Carolina e avisou que ficasse com ele por quanto tempo precisasse.
Carolina recebeu o livro estonteada e saiu devagar.Chegando em casa, nem começou a lê-lo, criava dificuldade para aquilo que considerava uma felicidade clandestina.

Por Laís Lopes, Thaís Barcellos e Weslei Gomes.

domingo, 17 de outubro de 2010

Reescrevendo " Felicidade Clandestina"

Praticar o hábito de leitura, para muitos alunos de uma escola em Recife, era uma tortura, ninguém queria perder tempo em uma monotonia imensa.Mas nem todos pensavam assim, Clara era apaixonada por livros, flutuava e fantasiava tudo o que lia, porém não tinha condições financeiras para obter os livros desejados.Todos se encantavam com ela, tão diferente. Apesar de ser uma garota com uma beleza invejável, ela pouco se importava com esses requisitos, tudo o que queria era ler e ser uma grande escritora. Passava horas e horas vislumbrando a vitrine da livraria, e seu maior sonho era obter a coleção de Monteiro Lobato, bem aquela exposta na vitrine e também a mais cara.
Dina, sua colega e filha do dono da livraria, sempre se enfurecia com Clara, pois ela sempre ficava na porta da loja e seus pais sempre fazia comparações com ela ainda mais por Dina ser uma garota sem atrativos, não tinha nem o gosto pela leitura, mas tinha todos os livros, porém nunca teve o mínimo de interesse pela leitura.
Ela se sentia triste e com raiva de Clara, pois todos a esqueciam e ficavam sempre a exaltar a garota bonita, mas isso não seria somente triste para ela.Clara também precisaria de uma lição, se o que ela mais queria era os livros de Monteiro Lobato, teria que se humilhar aos pés de Dina.
Então, a menina começou a espalhar pela escola que tinha muitos livros e os de Monteiro Lobato eram os melhores, e Clara, ao escutar aquilo pediu-os emprestados, a garota com cara de sonsa disse que que ela poderia ir até sua casa e pegar, mas que ela chegasse cedo pois tinha outras pessoas querendo ler também.
No outro dia cedo, Clara foi em busca de seu sonho, com uma alegria imensa nos olhos.Mas, ao chegar na casa de Dina e pedir o livro, teve uma grande decepção, o livro já não estava lá e então foi embora triste, mas logo essa tristeza se dissipou, pois ela sabia que ia ter o livro no outro dia, mas essa tortura perpetuou por muito tempo. Mas outro dia em que fora até a casa de Dina, foi recebida pela mãe da garota e contou-lhe o que tinha ido buscar. A mulher ficou surpresa, e percebeu que a filha estava caçoando da cara de Clara, então pegou toda a coleção e entregou para Clara e disse que era um presente. A menina não se conteve e desabou em lágrimas, mas não de tristeza, sim de alegria. Então pegou os livros e saiu agarrada a eles, como se fosse tudo o que possuísse na vida.



Tairane Oliveira
Sandra Queiroz

sábado, 16 de outubro de 2010

Coitados dos barraqueiros? E os banhistas? E a natureza?


Caros amigos e colegas leitores, me desculpem a demora em escrever. Recebi pedidos então lá vai um texto pra matar a vontade minha e de vocês. Para quem interessa:


Na manhã de um feriado desses, lá vou eu pegar uma praia, tomar uma cerveja gelada, sentar, comer e conversar sem hora pra voltar para casa com minhas companhias. Escolhi parar de primeira bem ali pelos arredores de Jaguaribe. A primeira conversa que surge é sobre a situação dos barraqueiros. Coitados estes, banidos de trabalhar dignamente nas praias de Salvador e Região Metropolitana.

Os comerciantes por sua vez se viram, levam nos seus isopores e freezers: cerveja, água, refrigerantes, água de côco. As baianas de acarajés continuam vendendo seus quitutes deliciosos pra nossa sorte. Cadeiras, mesas e sombreiros se tornaram opções de luxo e estão sendo extremamente disputadas pelos banhistas que chegam alugar na mão dos barraqueiros por R$ 20,00 uma mesa com 4 lugares e um sombreiro. Um tremendo absurdo.


Sem direito a passar cartão de crédito ou de debito automático, somos obrigados à levar quantidades de dinheiros nos bolsos, correndo o risco de molhar e ou perde-lo, coisa que até então, antes das demolições das barracas não era preciso. Os comerciantes tinham as benditas maquininhas práticas. E com certeza sem elas ficou muito ruim. Sem praticidade e dinheiro molhado.

Não ouse chegar a partir das 10 da manhã pois, não achará mesa pra se sentar. E exatamente foi isso que aconteceu conosco. Toda vez que conseguíamos ver uma mesa vazia, já tinham pessoas à espera.

Resolvemos então ir para Praia do Flamengo. Mas antes ainda em Jaguaribe, andando pela areia tentando achar uma mesa, não observei uma lixeira sequer. O que pude ver, foi a drástica situação das praias, extremamente cheias de lixos que eram jogados, em um gesto cômodo, pelos irresponsáveis banhistas. Tive a noção ali do homem porco. Ah e esse sim, não deve se importar com a ausência dos chuveiros.

Na saída para pegar o carro, um senhor, funcionário que organizava os estacionamentos da Prefeitura, me mostrou fios desencapados que podiam causar acidentes e me pediu que avisasse aos que estavam comigo sobre o perigo. E foi o que aconteceu no local apontado. Fiquei sabendo mais tarde ao chegar em casa, quando lia o jornal online, que dois jovens se machucaram ao pisar naquele fio elétrico. Choque!

Ao chegarmos na Praia do Flamengo, esquecemos que não existiam mais aquelas barracas legais. E sem mesa e sem cadeira, ou sem lenço e sem documento, passamos alguns minutos, talvez uma hora e partimos todos embora para casa.


A situação naquela praia era melhor em relação a sujeira. Na praia não vi lixo, mas as calçadas, estavam quebradas e com os restos das barracas. Muitos vergalhões enferrujados e escondidos pela areia, atuavam como armadilhas na iminência de causar um acidente. Para piorar a falta de mesas, cadeiras e das benditas maquininhas de cartão de crédito continuavam a incomodar todos.

Enfim, ir na praia agora só bem preparado. Com mesa, cadeiras, sombreiro, caixa térmica e tudo o que for utilizar. Não esqueça também de levar garrafas de água para tirar o sal,  e seu saco de lixo que nem precisa ser biodegradável.


E segue sem planos para os barraqueiros e também para os banhistas, enquanto os políticos insistem em me atormentar, pedindo votos no horário político eleitoral. Eu não consigo ter satisfação.


Vão se foder políticos filhos da puta! Moleques, hipócritas, cretinos, sacripantas e vigaristas.


Leitores desculpem os termos!


Até quando esse pesadelo continua?

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Chimamanda Adichie: O perigo de uma única história

A quem interessa:

(Parte 01)


(Parte 02)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Trabalho sobre Homofobia

Não sei se todos sabem, mas além da disciplina de Oficina de Leitura e Escrita, eu também ensino Estudos Culturais. E minha turma de Gastronomia fez diversos seminários sobre preconceito (os mais diversos), sobre intolerância religiosa, preconceito racial, contra o gordo, contra o idoso e sobre homofobia. Todos apresentaram seus seminários com total liberdade. A equipe que falou sobre homofobia apresentou também alguns vídeos produzidos ou não por eles e encerrou com este clipe criado pela própria equipe de uma música muito linda. Vejam, Comentem, indiquem.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

idiossincrasia Política Eleitoral (Mais Forma e menos Conteúdo mais uma vez)



Bem como estamos em tempo de campanhas eleitorais, me surgiu o interesse de escrever sobre o tema. No texto abaixo analiso as presentes apresentações e posturas dos candidatos, confrontando com a realidade atual da sociedade a qual estamos, eu e vocês, inclusos.

Digo ainda antes de mais alguma coisa: “quem sou eu para assumir o que um cidadão de baixa renda sente na pele o dia-a-dia”. Falo daquele que dorme nas calçadas enrolados em sacos plásticos e são confundidos com animais, abordo sobre o cidadão que acorda cedo e enfrenta antes do trabalho, um transporte público de péssima qualidade. Só frisando a situação de Salvador que não tem um metrô, e suas obras passaram mandatos na administração de governos de ideologias partidárias de esquerda e direita e não se resolveu nada até o momento.

Mas a maioria da população por falta de instrução e muitas vezes também, por mera acomodação, não se mostram revolucionários para mudar a cara dos políticos do nosso país. Uma vez estudando durante a graduação o assunto Marketing Político, aprendi que o Marketing Eleitoral, este que está contido no Marketing Político, é executado meses antes das eleições, isso que o diferencia do Marketing Político. Mas o que mais achei interessante aprender, que na campanha política eleitoral  – A forma é mais importante que o conteúdo – Ou seja, os sorrisos, as roupas, a estética e a oratória persuasiva e enganadora são o que mais conta pra se disputar as eleições. Ressalto também os candidatos “artistas”, que só por possuírem fama, sendo em alguns casos até analfabetos funcionais, conseguem arrancar votos do eleitor com a maior facilidade, estes irão nos representar.

Meus caros, o idílico ganha as eleições. Quatro meses ou menos de superficialidades e mentiras principalmente, é o que influencia a opinião e determina conseqüentemente quem vai nos governar por oito anos seguidos. Você me pergunta agora oito anos? Não estou falando da legislatura de um Senador, mas já das próximas reeleições daqui a quatro anos. “Mesmo sendo um político ruim, é muito difícil perder a próxima” deve dizer o atual prefeito de Salvador. Acontece também quando o candidato não pode se reeleger mais depois de dois mandatos, então ele coloca outro em seu lugar, e pela sua influência constituída através do marketing político, este que é aplicado durante todos os anos de mandato e não só em quatro meses, reforça a campanha do atual candidato(a) apoiado e isso se dá mais oito anos de governo. Completando-se assim dezesseis anos seguidos.

Falo que é idílico porque o pais enfrenta problemas crônicos em todos os setores, política, economia, educação, drogas, segurança pública. Os políticos repetem mais uma vez, toda aquela ladainha, que confiem neles, pois irão fazer isso e aquilo e vão melhorar principalmente a educação, saúde e segurança pública. E com isso a maioria da população, sem senso critico, acomodados, iludidos e com suas bolsas de credito, o que pra mim, tipos de auxilio como este só confirma a grande miséria e pobreza da população que se influência fugazmente mais uma vez.

domingo, 19 de setembro de 2010

A influência da TV nos pontos de ônibus




Era um fim de tarde de sexta-feira no centro de Salvador. As pessoas saiam do trabalho em busca de descanso ou diversão. Alguns tomam uma cervejinha gelada ainda no ponto de ônibus, fazendo daquele momento um prazeroso Happy Hour.

E eu ali, esperando o transporte para ir pra casa e pensar em fazer algo mais tarde com minha tribo.
Um pouco mais atrás de mim, vejo chegarem duas jovens, pareciam serem aquelas secretarias tagarelas que não satisfeitas com o horário de trabalho roubado pra conversar tanta baboseira, continuam demasiadamente conversando incansavelmente no ponto de ônibus. Enquanto elas chegam, um mendigo lhe pedem uma ajuda. Absolutamente ignorado, de forma mal educada e grosseira pelas garotas, ele se retrai, aceitando o que acabara de passar. Eu vou até ele, estendo a mão e lhe dou algumas moedas. Sou agradecido com um sorriso.

As moças continuam chamando atenção, dessa vez com gestos extravagantes, vozes e risadas absurdamente altas. Passei a prestar atenção no conteúdo da conversa delas. O assunto permeava sobre a historia de um rapaz de família rica e que se envolveu com drogas. Ele tinha o apoio da família e dinheiro para tentar resolver seu problema, apoio que nem todos tem e talvez fosse esse o problema do rapaz ali atrás que se tornou um mendigo. Mas o rapaz o qual elas falavam, só queria badalação.
Segue um trecho da conversa das pobres garotas:
Uma delas diz:

-       Ele é lindo e rico, vai sair dessa.
-       Eu torço pelo sucesso dele. Disse a amiga
-       Já pensou encontrarmos com ele numa festa?

- Ouve-se gargalhadas e ambas continuam a falar sobre o assunto, enquanto chamam atenção do ponto de ônibus lotado.

-       Eu morro de pena dele amiga, tem uma família que não lhe da atenção direito e foi por isso que ele entrou nessa das drogas e se tornou um viciado.
-       Concordo com você amiga, ele está certo de ir nas festas e detonar o cartão de crédito do pai.
-       Eu queria que ele gastasse comigo!
-       Afirma enfaticamente em voz alta, praticamente gritando, umas das tagarelas, que imediatamente tem o apoio da amiga e riem muito alto daquela imbecil conversa.

Enquanto espero o transporte, pego uma cerveja e acendo um cigarro. Com isso consigo me desligar daquelas pobres moças. Os seus gritos e gestos já não me incomodam mais. Fico conversando com o casal agradável do isopor que me rendeu uma prosa aprazível e algumas latinhas vazias.
Em fim, uma delas pega o ônibus, e da janela grita, me irritando novamente e chamando a atenção de todos que esperavam ali naquele inicio de noite para irem pra casa.

-       Amiga! Não esquece de assistir a novela e me liga nas partes interessantes.
-       Certo. Hoje ele vai brigar na boate e bater o carro, mas fica tudo bem com ele. Eu li na revista hoje no escritório.

Enquanto isso o mendigo continuava pedindo a algumas pessoas que o atendiam e outras o ignoravam assim como fizeram aquelas pobres moças, que delas sim,  eu tenho pena.
Chega meu ônibus, e agora vou curtir o meu final de semana. Se não encontrar com esse tipo de imbecis, sem realidade, em alguma para

domingo, 11 de julho de 2010

Indicação de filme: O DIREITO DE AMAR


George (Colin Firth) é um professor de inglês, que repentinamente perde seu companheiro de 16 anos. Sentindo-se perdido e sem conseguir levar adiante sua vida, ele resolve se matar. Para tanto passa a planejar cada passo do suicídio, mas neste processo alguns pequenos momentos lhe mostram que a vida ainda pode valer a pena.

Filmaço!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

reflexões sobre a copa por Gabriel Couto


Talvez pesadelo nem seja a palavra, porque ainda pior do que isso é a sensação de um sonho sendo interrompido, com o agravante de 180 milhões de pessoas estarem tendo o mesmo sonho, e de maneira simultânea. É com o estado de luto que os brasileiros vão continuar o seu dia de 02/07/10, desolados, e sem compreender a maneira com que as coisas terminaram na África do Sul.

Apesar de resultados anteriores favoráveis, a seleção vai à copa com forte sentimento de desconfiança de grande parte dos torcedores. Com apresentações pouco convincentes e aparentemente sem ser muito exigida foi avançando na competição enchendo todos com a expectativa de mais um título mundial. Chega então o momento do teste, de provar que realmente existe uma chance de no final todos ficarem satisfeitos. E quando tudo parecia em perfeita sintonia, melhor mesmo do que se era esperado, o Brasil entra num verdadeiro colapso.

Toda a experiência, qualidade e principalmente a malandragem do país do futebol desaparece, e pra infelicidade de todos, além de desaparecer, veste as cores laranja e preto [uniforme holandês] e após 90 minutos faz os brasileiros chorarem.

É muito difícil medir o nível de importância que as coisas têm para as pessoas, sempre tem os que sofrem mais, os que sofrem menos, os que conseguem lidar melhor com algumas situações. É preciso frisar a paixão que o povo brasileiro tem por futebol, que é algo mágico, capaz de unir pessoas, nações, culturas em um único propósito. Capaz de fazer pessoas acostumadas a sofrerem devido às adversidades da vida, esquecerem seus problemas por algum momento, dando tanta importância, parando suas atividades do dia a dia e se dedicando tanto a torcer, mesmo sem ganho material. Esse é o espírito do brasileiro. Que talvez nem sempre seja levado pra dentro de campo.

Mas também sabemos da superação do povo brasileiro, de um povo sofrido, mas que a cada queda arranja um motivo maior para levantar. E é assim que vamos aguardar a chegada de 2014, quem sabe dentro de casa, com uma participação ainda maior, ainda mais calorosa conseguiremos atingir o tão esperado objetivo. Ser hexa campeão.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

O COSMOPOLITISMO DA VUVUZELA


No dia 15-06-2010 a Seleção Brasileira de Futebol, enfrentava a Coréia do Norte, equipe que não disputava uma copa do mundo há 44 anos, quando ficou conhecida como a zebra da competição de 1966, eliminando a seleção da Itália. Mesmo assim a nossa seleção não encontrou facilidades, muita marcação dificultou o toque de bola do Brasil, que arriscava bolas de longe sem muito êxito. O único com mais afinco era Robinho, que corria, brigava e emanava pedaladas ao som das vuvuzelas.
Cerca de 35.000 Brasileiros natos, estavam na torcida no jogo do Brasil contra a Coréia do Norte. Assim como na África do Sul , aqui no Brasil em época de copa do mundo as pessoas se enfeitam para torcer pelo futebol. Muita tinta para pintar o corpo e artefatos como: peruca, chapéu, camisetas, óculos, bonés. Fica tudo verde e amarelo. Mas nessa copa, um componente da torcida se tornou indispensável. A vuvuzela.
No momento o instrumento é o principal artigo das animações das torcidas de futebol durante a Copa do Mundo. Pude me dar conta disso, quando mostradas às torcidas de diversos países na África do Sul, todas elas, nas ruas ou nos estádios, alguns torcedores tentam tocar, outros dão assopro, mas não tenha esse que não já reconheça e queira tocar a global e popular vuvuzela.
Saí o primeiro gol do Brasil. Um golaço do Ala direito Maicon, que chegou pela linha de fundo, fez que ia cruzar, e mandou um três dedos fazendo com que a Jabulani entrasse despretensiosamente no canto do gol. GOLLLL DO BRASIL!
E eu aqui na Pituba-Salvador-Bahia-Brasil ouvi de perto o som das vuvuzelas...

sábado, 12 de junho de 2010

O DERRADEIRO MERGULHO




É mais comum do que se imagina e queira ver, presenciar cenas de absoluto desrespeito com os deficientes físicos no Brasil. Pessoas portadores de dificuldades, principalmente na locomoção, sofrem com a ardente falta de educação e de humanismo da sociedade.
Por exemplo,  ser ajudado para abrir uma porta, não precisar ter uma ressalva marcando lugares apropriados para deficientes, onde se deveria sim,  ter por consciência coletiva a prioridade nesses locais como estacionamentos, transportes públicos, universidades ou em qualquer local público, priorizando sempre o respeito e compreensão aos deficientes físicos.
Em uma sociedade formada de seres humanos o que se vê é a maior compreensão mas o que existe é uma heresia ao ser humano. São utilizados os mais diversos abusos depreciativos que agridem a integridade física e moral de uma outra pessoa com dificuldades físicas e também aos que não são deficientes.
Mas com que intuito? Isso é alguma forma de diversão ou entretenimento?
Segue o conto.

Em Salvador na década de 1980 Felipe e Léo eram os melhores amigos, ambos tinham 14 anos de idade. Todos os dias eles se reuniam com outros garotos e garotas do bairro para jogar bola, capoeira, mergulhar no mar da cidade baixa, pescar, namorar... estavam sempre um na casa do outro, juntos em ambiente familiar, parecendo serem mais irmãos do que amigos.
Num domingo pela manha Felipe foi chamar Léo, que dessa vez estava de castigo por ter ameaçado bater em outro menino do bairro. Com um assovio peculiar Felipe avisou ao Léo que estava pelas redondezas esperando a fuga do parceiro para mais um dia de diversão. Léo por sua vez, estava dentro de casa esperando a oportunidade iminente da sua mãe virar-lhe as costas para conseguir zarpar.
Para sua sorte chegou uma visita, o que distraiu o olhar de senhora por uns instantes. Foi quando como um saltador de obstáculos olímpicos, Léo pulou a janela e seguiu com seu melhor amigo e outros jovens do bairro para um domingo de maratonas com alegrias e tensões que marcariam para o resto de  suas vidas.
A primeira parada foi na Sorveteria da Ribeira, até então sem o sistema de caixa, onde não precisava pagar antes para pegar o sorvete. Os meninos abusavam dessa brecha para tomar quantos sorvetes quisessem, antes de correrem uns cinquenta metros perseguidos pelos seguranças gordos da sorveteria, o que não era esforço nenhum para maratonistas como aqueles adolescentes.
O segundo ato foi pegar um ônibus que os levariam da Ribeira até a praia de Itapoã. Era o local preferido para garotos daquela idade. Logo escolheram uma pedra ao lado do farol para pular de cabeça no mar. Eram lindos saltos dignos de olimpíadas. Os melhores já vistos por expectadores na sua maioria estrangeiros que não conheciam a híbrida junção da ginga da capoeira com a alegria em se divertir das crianças.
No meio daquela platéia estava um técnico de ginástica olímpica da Suíça. Imediatamente se interessou e com o consentimento da família que incentivou a ida de Felipe para a Europa afim que ele se tornasse no futuro um grande atleta. Não queriam perder aquela oportunidade.
Passaram-se alguns anos e um dia Léo resolveu pegar o ônibus e fazer aquela aventura relembrando os bons momentos com o amigo. No trajeto o motorista que tinha consumido muita bebida alcoólica, não se preocupava em dirigir, a atenção dele se voltava para agredir os casais que passavam ao soltar piadas sem graça para as mulheres acompanhadas. Sem atenção no que deveria estar fazendo ele provocou um terrível acidente o que infelizmente lesou a coluna do garoto Léo agora com 18 anos de idade e paraplégico.
O diagnostico para o jovem foi uma morte pressagiada. Sem as alegrias que suas pernas lhe dava ele passou a sentir nostalgia de suas lembranças. Depois de tantos dias de tristeza por ter uma deficiência física que limitava o que ele mais sabia fazer que era ser criança, ser feliz, agora infeliz Léo era regado a perturbações como ser chamado de aleijadinho e de muita solidão.
Certo dia Léo toma uma atitude infeliz e trágica. Com muitas dificuldades o garoto conseguiu chegar numa sacada em que sempre pulava no mar com seus amigos na infância. Daquele local dava um belo mergulho. Paraplégico ele pensou em se jogar. Naquele momento chega seu melhor amigo Felipe, como um anjo da guarda, como não se viam ha muitos anos, Felipe não perde tempo e lhe faz um convite para irem curtir um dia de maratonas eles seguem correndo juntos como antes, quando jovens, para a derradeira aventura olímpica.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

histórias sob muitas rodas


Todo mundo tem uma história um tanto pitoresca em um ônibus pra contar. Na verdade, quem não anda de buzão não tem história pra contar. Seja numa viagem longa, a passeio, cantando os grandes hinos: “se a canoa não virar” e “a barata da vizinha”, ou mesmo em um pequeno percurso, indo ao trabalho, à escola, andar de ônibus é tão comum na vida moderna, que mesmo com tantos outros meios de transporte mais velozes, ele ainda resiste e nunca cai de moda.


Principalmente quando se vai viajar pra longe, há uma expectativa para saber quem nos fará companhia (ou descompanhia) na poltrona ao lado. Ainda tem gente que espera encontrar o príncipe encantado (ou princesa), trazido pelo acaso, ou fazer novas amizades. O pior é que nem sempre o que vem é o que se espera. É sempre um gordo que ocupa, além do seu espaço, um pedaço do nosso. E ronca, e mexe pra lá e pra cá. Ou às vezes uma mulher tagarela, daquelas que falam mais que a boca, contando lorotas e mais lorotas. Ainda tem as mães com as crianças pequenas que passam a viagem inteira chorando. Ou então, um indivíduo que tem “suvaqueira”. É um fedor brabo. E imagine isso no calor, não tem “fi de Deus” que agüenta.

E por falar em coisas nojentas, quem nunca enjoou em um ônibus? Bendito seja o Dramim, mas quando se esquece dele, o bicho pega. Se bem que tem gente que enjoa, mas não vomita. Agora um bocado não consegue segurar o que comeu, no estômago. Aí, coitado de quem está do lado. As poltronas mais concorridas são as da janela, as de números ímpares, que quando não são usadas pra se vomitar, servem para distrair, olhar as paisagens da estrada.

No buzão se vê de tudo e de todos. Tem os distraídos, que dormem demais e acabam passando do lugar que devia descer, indo pra um desconhecido. E tem os que dão dor de barriga sempre que vão viajar. Esses sempre reservam as passagens com as poltronas que ficam perto do banheiro, lá no fundão. Nas suas bolsas o que não pode faltar é o papel higiênico, já que nunca se sabe, vai que as empresas de ônibus não oferecem esse recurso. E tem os estressadinhos que passam a viagem inteira reclamando que não tem ar condicionado, que não tem água, que está desconfortável, que vai processar a empresa. Só fogo de palha. E tem os peidões, cada bufa fedorenta que você fica até fora de si, intoxicado. Se tampar o nariz, você os deixa sem graça. O jeito é agüentar.

São tantas histórias, são tantas figuras. Muitas também são as farofas, indispensáveis pra viagem. Muitos quilômetros rodados, em estradas boas ou esburacadas. Agora poucas são as aventuras de quem não anda de ônibus.

Ah, se os coletivos falassem...                                                                    Erikson walla
 
 
esse texto foi produzido por um grande amigo meu Erikson walla e está inserido no blog dele http://www.eriksonwalla.blogspot.com/, ele é estudante de jornalismo e é cronista de um jornal regional "Acomarca",e estágiario da tv aratu, eu particularmente gosto muito dos textos produzidos por ele e das poesias também ...
 
 
 Tairane Oliveira...

A LINGUA É VIVA

"Compreender as mudanças na fala e na escrita, ocorridas naturalmente ou por causa de leis, é sentir de perto o idioma em movimento.

A linguagem começa como um sopro. O ar que vem dos pulmões é modelado por inúmeras possibilidades de abertura da boca e movimento dos lábios e da língua. Sobe, desce, entorta, recolhe. A cada mexida são formadas vogais, consoante, sílabas, palavras. Se você tivesse nascido e crescido isolado de outros seres humanos, provavelmente emitiria apenas gemidos.

Apesar de ninguém saber exatamente quando surgiram os idiomas, há algumas certeza: a língua é viva, acompanha um povo ao longo dos tempos, expressando uma maneira de organizar o mundo em nomes e estruturas linguísticas, mudando e reiventando-as com as pessoas."

Acessem: HistoriadaLínguaPortuguesa
Site elaborado pela Turma de LETRAS - Indicação: Marcelo Dalcom

terça-feira, 8 de junho de 2010

O poeta não morreu


Avise aos amigos que preparo o último verso. A vida dura mais que um poema e no alvorecer mais próximo saio de cena: com estes últimos versos, o poeta cachoeirense Damário Cruz começou a se despedir da vida.Não, esta homenagem não chega atrasada; primeiro porque eu já havia feito em outros meios para os quais também escrevo; segundo porque não há ocasião adequada para se render graças a um poeta, pois, sua poesia o torna atemporal, alguém que, mesmo depois da morte, pode viver...Às vezes, aquele que escreve, quando morre, fica sepultado também em palavras, e só pode ressuscitar - não em carne e ossos, mas em lembranças ou memórias - se e quando alguém o ler: a leitura dá vida; a leitura é vida! Fazer poesia ou escrever textos em prosa só se parece com não morrer se houver, hoje ou amanhã, algum leitor para estas prosa e poesia.Se e quando alguém ler aquele mais famoso poema de Damário da Cruz, impresso sobre a fotografia de um trilho de trem coberto de pedras e gramas e espalhado pelos espaços de arte alternativa nostálgico da efervescência cultural das décadas de 60 e 70 do século passado; se e quando alguém ler este poema, que leva o sugestivo titulo de "Todo risco" - "A possibilidade de arriscar é que nos faz homens/ Vôo perfeito no espaço que criamos/ Ninguém decide sobre os passos que evitamos/ Certeza de que não somos pássaros e que voamos/ Tristeza de que não vamos por medo do caminho" - se e quando isto acontecer, Damário ressuscitará, não da Cruz à qual está pregado em nome de batismo, mas das letras, que, quando não lidas ou não cumpridas, são mortas.Parafraseando o mestre João Guimarães Rosa, eu digo que um poeta não morre, fica encantado; mas o desencanto - ou melhor, a quebra do encanto, pois a palavra "desencanto" pode nos levar a caminhos tristes, o que não é o caso, já que eu me refiro a voltar à viver e que viver é bom, seja lá de que forma - a quebra do encanto só acontece se houver leitores ou, ao menos, um leitor... Leitor de verdade, não estes que se multiplicam por aí e que já chegaram à internet, mas não conseguem chegar às entrelinhas dos textos; com dificuldades com dificuldades para lidar com linguagens simbólicas, conotativas, enfim, incapazes de perceber ambigüidades e de abstrações e que, por isso, têm medo da poesia porque não sabem chegar a seus escuros - leitores que, infelizmente, são frutos da educação precária, pública e privada, que está aí. Espanta-me que muitos dos meus alunos do ensino superior assumam que não gostam de ler e tenham aversão a livros. Espanta-me que alguém que não goste de ler deseje o ensino superior.Espanta-me que ele tenha chegado ao ensino superior (e, antes, tenha passado pelos ensinos fundamental e médio sem se transformar num leitor de verdade). O que esperar da cultura de um país quando não se há leitores de verdade? Como pode haver memória sem leitura? Como pode haver crescimento sem memória? A leitura é a "chave do tamanho", para usar a expressão de outro mestre Monteiro Lobato, cujo livro Histórias do mundo para crianças me despertou, ainda menino, o gosto pelo nosso passado. Se eu tenho, hoje, este tamanho - e eu me refiro às minhas conquistas pessoas, profissionais e políticas, ou ao fato de ser um nome próprio - é por causa da leitura.Como escrevi no prefácio de meu terceiro livro, Tudo ao mesmo tempo agora, a leitura me fez e faz escapar dos destinos imperfeitos e da má sorte: a leitura de verdade, que permite ir além da denotação. E vai ser a leitura que vai me trazer de volta à vida quando eu não mais existir em carne e ossos: é o que eu espero que aconteça! Do contrário, estarei sepultado também em palavras, em letras mortas por falta de leitor. Só um leitor de verdade pode ter a vida nas mãos, a dos escritores e a sua própria. Só um leitor de verdade pode
ressuscitar um poeta!



Jean Wyllys escreve no CORREIO sempre nas sextas-feiras

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Texto por Fernada Fahel

O mundo esta cheio de diversidades sexuais, mas até que elas saiam do armário, ate que não exista mais a vergonha de mostrá-las, será uma luta. Por isso, hoje fiquei feliz em saber que a Parada Gay paulista é uma das maiores do mundo, se não a maior. Pois, de fato, a comunidade gay brasileira é imensa, porém ainda existem os “não assumidos”, mas que, a julgar pelos números, começam a tirar suas máscaras.
Neste domingo, 06 de junho de 2010, cerca de três milhões de pessoas se juntaram na Avenida Paulista (SP) para defender os direitos da comunidade LGBTT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) na 14ª Parada do Orgulho LGBT. O evento, conhecido como Parada Gay, reuniu não só o público alvo, mas também héteros simpatizantes e curiosos.
É notável como a quantidade de simpatizantes cresceu de uns tempos para cá. As pessoas estão mais compreensivas e acolhedoras quando se trata de homossexualidade e isso é um avanço e tanto para a sociedade no que se diz respeito a um povo mais igualitário.
E é justamente com esse propósito de igualdade, que a Parada Gay é feita anualmente. Belíssima, divertidíssima e, é claro, coloridíssima como sempre, este ano ela começou ao som de um remix eletrônico do Hino Nacional Brasileiro e contou com mais de 20 trios elétricos, os quais o publico pôde acompanhar ao longo dos 3,5 Km percorridos.
É tão bonita a maneira como o público gay sabe e gosta de se expressar. Sempre animados e prontos para se divertir, eles, através das Paradas Gay, se tornaram um movimento de grande força no Brasil e no mundo, tomando até escalas políticas.
Nesse ano de 2010, o movimento gay trouxe um tema bastante sério, que foi: “Vote contra a homofobia: Defenda a cidadania”, com o intuito de trazer à tona a importância de eleger políticos comprometidos com o respeito à diversidade. "O que mais precisamos é da criminalização da homofobia", diz o coordenador-geral do mês do orgulho LGBT de São Paulo, Manoel Zanini, ciente de que, apesar dos muitos reconhecimentos jurídicos já conquistados, a questão da homofobia ainda não atingiu nenhum direito constitucional.
O impressionante, dado o ano em que estamos, é a ignorância política de não perceber que a discriminação contra o homossexual merece tanta atenção quanto à discriminação racial, já considerada crime no Brasil. É evidente o quanto a discriminação, de qualquer gênero que seja, é um atraso. Ela trás desunião, desentendimentos e, por fim, sofrimentos desnecessários.

A discriminação contra o homossexual é um ato inconseqüente, injusto e ignorante. É preciso acabar com essa visão “tapada” de que ser gay é anormal ou nojento. Não é. Ao contrario, sexualidade é algo inconstante e diverso e estaria sempre nos trazendo surpresas se nos permitíssemos explorá-la mais ao invés de julgar o que é diferente como inaceitável.

A Parada do Orgulho LGBT, que cresce a cada ano, é de extrema importância na luta contra a homofobia. Ser gay é normal, diferente do que muitos ainda pensam, e a quantidade de pessoas presentes na Avenida Paulista no dia 06 de junho, prova isso.

Kinsey

Kinsey O filme KINSEY Descreve a vida de Alfred Kinsey, cientista pioneiro nos estudos sobre o comportamento sexual humano. O filme quebra barreiras, preconceitos que ate hoje nos temos, muita gente tem MEDO de falar de sexo e o filme trata disso, do falar do sexo, do descobrimento do ato sexual e do preconceito das pessoas com o sexo. O filme trata tambem de outro assunto polemico, a homosexualidade. Vale a pena ver o filme e se permitir quebrar as barreiras do preconceito.

domingo, 6 de junho de 2010

"Alegria artificial"

A bebida alcoólica vem sendo consumida cada vez mais e principalmente por jovens, estando presente em todos os tipos de lugares.Com uma proporçao cada vez maior a bebida vem sendo consumida sem rigor, sem moderação sem qualquer tipo de limite, e que muitas vezes acaba sendo fatal.
As festas, “baladas” como dizemos hoje, são locais onde não se pode faltar uma bebida. Além destes,postos de gasolina, bares, qualquer lugar a noite você pode encontrar jovens se autodestruindo, onde acham que para curtir e aproveitar a noite tem que beber, e só assim,encontra a “alegria artificial”.
Durante estas noites regradas a bebidas que muitas vezes acontecem tantas coisas, besteiras, acidentes, mulheres se desvalorizando, meninos que se acham grandes - ou será grandes que tem atitudes de meninos? - fazendo pegas, e muitas vezes matando, ou ferindo pessoas inocentes no trânsito. Infelizmente, para estar entre esses jovens tem que fazer o que eles fazem se não você acaba sendo excluido, descriminado e se sente um “peixe fora d´água”. O que os jovens de hoje em dia pensam da vida? Pensam que curtir é se entregar às bebidas e às drogas e sair por aí fazendo o que tem vontade e acham que é divertido.Será que no fundo são felizes? E depois, quando chegam em casa, será que ficam tranquilos, bem com o que fizeram? O pior que muitos acham que sim, que estão sendo felizes assim, estão certos.
Mas os jovens tem que começar a rever seus conceitos, atitudes e saber que tem tantas outras maneiras de aproveitar a vida, curtir e além de tudo com consciência, sabendo o que está fazendo e depois poder ficar tranquilo.

Veja-me, sinta-me, toque-me, cure-me



Sexta-feira à noite quando assistia uns DVD's musicais, diga-se de passagem um dos meus lazeres preferidos, dessa vez eu estava curtindo um show do The Who, banda britânica formada em 1964, uma de minhas bandas de Rock and Roll preferidas. No palco estava a formação quase original da banda até então ano de 2000, exceto o falecido Keith Monn: Roger Daltrey nos vocals, o monstro e lendário John Entwistle no contrabaixo, Pete Townshend na guitarra e na bateria substituindo o insubstituível Keith Moon e com sangue de rock and roll nas veias, Zak Starkey filho de Ringo Starr baterista dos Beatles.

Um show feito por uma ótima causa. Uma apresentação memorável, regada a muitos convidados ilustres adicionados ao concerto ocorrido no dia 27 de novembro de 2000 no Royal Albert Hall em Londres – Inglaterra. O The Who desempenhou uma de suas melhores apresentações de todos os tempos de banda, tanto no contexto musical com a banda afiadíssima naquele dia, quanto na proposta em que eles traziam ao palco, justa de um evento de tamanha magnitude, com uma das mais consideradas bandas e precursora do rock and roll, junto com seus respeitados convidados.

Com mais importância ainda, eram as pessoas as quais eles respeitavam a ponto de reunir a banda e convidar artistas como o violinista Nigel Kennedy, com sua musicalidade etérea, e o cantor Eddie Vedder do Pearl Jam. Estavam todos unidos em um show beneficente, obstinados em prol da fundação Teenage Câncer Trust, ONG que cuida de jovens com câncer. No final do show os convidados mais ilustres, os jovens pacientes da instituição, subiram ao palco formando o concerto, e cantaram - See me, Fell Me do The Who - em uma só sintonia. Uma musica que sintetizando, fala muito do toque, do sentir e da percepção com o outro. Enfim terminou com muita humanidade aquele evento.

Porque que não se vê os grandes artistas populares no Brasil se reunindo pelo menos uma vez no ano em prol de instituições que cuidam de seres humanos mais necessitados? Que criem uma data para o evento, e se apresentam assim como no Criança Esperança das Organizações Globo... Será que sem a grande mídia cobrindo é vantajoso um evento desses para ajudar pessoas?

Nas grandes chuvas ocorridas no Brasil no ano de 2008 quando o Estado de Santa Catarina foi fortemente atingido deixando muitos desabrigados e mortos, a mídia cobriu absolutamente os acontecimentos e fez campanhas. Até nas telas dos caixas-rápido se via pedido de doação. Aquela catástrofe triste, tinha virado motivo midiático, todos queriam participar para ganharem notoriedade diante da opinião publica. A população prontamente atendeu, doando diversos recursos ao estado. No mesmo ano no nordeste do país, região com péssima infra-estrutura, conseqüentemente sofreu muito mais estragos com as chuvas, mais mortes e mais desabrigados e as doações foram ínfimas em relação as doações feitas para Santa Catarina.
Será que o povo do Nordeste é mais merecedor de miséria?

Deve ser por isso que o Brasil é um país tão miserável. Uma nação em que a opinião pública é influencia por artistas e pela mídia de massa. Instrumento mal utilizado, onde pessoas não estimuladas pelos seus “ídolos” não tem noção nem preocupação com a miséria a não ser que aborde-a na televisão.

Infelizmente um show como o que se apresentou o The Who e seus convidados ilustres, fica muito mais distante da nossa realidade de massa e de mídia capitalista. Um salve para aqueles que antes de serem artistas, são seres humanos e que fazem boas ações pela sua própria consciência.

Pais e mães tem a chave do futuro

Talvez não seja coincidência, na última década, fazer uma relação entre decadência musical (principalmente as que são produzidas aqui em terra brasilis), sexualidade precoce e depreciação da imagem da mulher na mídia. Não é pra menos, a situação do Brasil é criar as crianças dessa maneira.

"Na minha época não era assim", clamam quase todos os que possuem mais de 16 anos, e não é um bordão a toa. A minha geração (92) já é considerada uma geração de decadência e depreciação musical, mas acho que estamos chegando no limite. Não é cabível uma possível comparação de, exemplificando, os Mamonas Assassinas com o Cine. Chega a soar ridículo.

"Na minha época", festinha de aniversário pra criança de 7 anos tocava (pra alegria de um dos nossos colegas de sala) xuxa, e demais cantoras infantis. Hoje em dia se toca créu, e é normal ver as crianças saberem direitinho a coreografia. E ainda há gente que se espante que quando essas crianças completarem 15 ou 16 anos já sejam pais e mães. Não é pra menos. Ou então um daqueles funks cariocas que deixam bem claro "sou cachorra, sou gatinha", em plena época onde quer se haver um respeito a imagem da mulher, chega a soar irônico.

Mas, de quem cabe a culpa e responsabilidade por isso? De todos. Não vou nem cobrar bom senso artístico aos que compõem tais "músicas" (ao classificar isso como música, Bach e Lennon se reviram em seus túmulos), mas sim aos pais, que ainda tem o poder de controlar o que seus filhos vêem na TV, e sim, na Internet. Castigos bem aplicados, coisas do gênero, ainda sim podem ser aplicados. Excesso de liberdade pode causar libertinagem.

Não esquecendo sempre que a mídia impõe o que a pessoa vai assistir, fato, mas eles só passam o que tem audiência. A globo continuaria passando malhação se não houvesse audiência?. A TV é uma grande manipuladora do modus operandis social, isso é óbvio. O que dizer de uma novela, para jovens que (em tese) recria situações vividas por jovens em que o único intuito é: fazer tudo que for possível e desrespeitando os limites da moral pra conseguir a pessoa "amada" em busca de sexo, isso em alunos de primeiro/segundo ano do ensino médio, mas que crianças de 11 e 12 anos vêem e acabam assimilando como certo.

A tendência natural, se continuar assim, é só piorar. Vai ser comum ver mães e pais com 13 anos, o que hoje ainda assim existe mas são casos "incomuns", a ultima esperança pra uma possível mudança está nas mãos dos pais de hoje e nos de amanhã perceberem que tem a chave do futuro nas mãos, e fazer um bom uso do poder de passar educação que tem.

sábado, 5 de junho de 2010

A DESCONHECIDA

Meio dia. Desconhecida e só num balneário distante. De maiô novo, resolveu nadar. Mesmo não sendo atleta. Mesmo não sendo magra. Preguiçosa. A coragem deveria vir do maiô. Mas a cada braçada, a coragem ia se esvaindo junto com o ele. Quando se deu conta, estava nua. Quase. Ficou a parte de cima. Poderia ser pior? Poderia ser tudo. Pensa. Pensa em gritar, acenar, nadar, chorar, rezar, morrer. Não fez nada. Esperou. Várias possibilidades e idéias surgiram em sua mente desesperada e apreensiva. Iriam ver suas vergonhas, imaginou. A ajuda poderia vir de uma mulher, assim diminuiria o constrangimento. A outra desconhecida chegou perto e estava tão determinada em ter um bronzeado mediterrâneo que certamente nem notou a gorda nua. Mergulhadores curiosos, sim, notaram sua nudez submersa. Trouxeram saia para amenizar o sofrimento da pobre mulher. Mesmo não combinando. Mesmo não sendo seu estilo. Vestiu. Não tinha outra opção. Agora, o balneário inteiro já conhecia a gorda do maior fugitivo que foi resgatada numa saia verde. Ao chegar em terra firme, suspirou. Mesmo de saia verde. Mesmo constrangida. Não viram suas vergonhas, mas com vergonha.

Fiz este texto há dois anos, durante um curso de Criação Literária com a professora Cássia Lopes. Acabei de encontrá-lo em minhas coisas... Boa lembrança. A foto foi tirada no natal de 2008, Porto Alegre.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Artigo de opinião: CRACK

CRACK: A pedra maldita

O uso do crack tem se tornado cada vez mais frequente e abundante entre os jovens em geral, tirando-os da realidade e os colocando em um caminho muitas vezes sem volta. O fato é que os pouquíssimos segundos de bem estar proporcionados pelo efeito da droga não compensa uma juventude ou uma vida inteira perdida devido ao uso excessivo e viciante do crack.

Dentre as drogas maléficas em geral, o crack é o que está causando uma maior dependência atualmente nos jovens. O seu uso extremo e descontrolado tem crescido de forma absurda, o que nos deixa intrigados para saber o porque dessa droga causar uma dependência tão grande. Segundo os usuários, por milésimos de segundos, a droga provoca uma sensação deliciosa de êxtase, o que os fazem querer mais e mais vezes. Jovens que sofrem de problemas psicológicos e/ou conflitos familiares procuram a droga como forma de amenizar os problemas, o que não deixa de ser mentira e perigoso, pois a droga age no organismo de forma negativa e o efeito causado pelo uso da mesma é muitas vezes irreversível.

Mas, mesmo com tantas campanhas contra as drogas, por que muitos jovens insistem em experimentá-la? Simples! Confiantes de que sairá com facilidade e não se viciará, eles experimentam o crack e já se tornam dependentes. O crack pode causar efeitos que muitas vezes podem ser fatais. Nunca o experimente!