quinta-feira, 6 de maio de 2010

O Brasileiro nojento na alimentação



Outro dia eu estava comendo uma crocante e suculenta tripinha de porco frita, percebi que aquele prato tão saboroso e comum nas feiras livres do interior do estado, é considerado, de forma airada, pelo povo Brasileiro, com exceção do povo nordestino, uma iguaria. São classificados dessa forma, diversos outros pratos da nossa culinária como, por exemplo: a rabada, a buchada, o frango a molho pardo, o sarapatel, a fatada e o mocotó.
Essas e outras diversas comidas, são na verdade enojadas pelo paladar do povo Brasileiro, os quais preferem degustar em casa e até pedir numa saída a um restaurante, um típico arroz com feijão, batata frita e um bife de carne de boi, ou simplesmente ir em um fast-food comer uma dessas enxúndias.
Percebe-se a falta de diversidade dos alimentos, ao começar pelos supermercados. Os carrinhos estão sempre com as mesmas marcas industrializadas, as categorias de comidas são sempre semelhantes, as frutas são insuficientes, os temperos são pouco variados. O que compramos não é nossa escolha, é somente o que nos é oferecido. De alguma forma, isso é devido a exploração comercial nos veículos de comunicação e pela cultura comodista que nos atinge até na alimentação. Por isso, ainda tem gente que confunde mandioca com aipim.
A falta do conhecimento e da criatividade em relação aos pratos que pode-se preparar, é um paradoxo com a abundancia de alimentos que encontra-se nas feiras e que podem ser preparados em nossas casas.  A mesma carne pode ser transformada em diversos pratos, o aipim em bobó e servido com carne-de-sol, bolinho frito, etc.  É só ter mais criatividade com os alimentos. Sucos e frutas podem ser misturados e hibridados em um novo sabor.
O “nosso” cupuaçu só se tornou consumido aqui,  depois que um estrangeiro patenteou o produto lá fora, ocasionando um escândalo. Será que somos capazes de descobrir alimentos? Ou não damos o devido valor a nossa matéria-prima alimentícia?
Em países como a China, por exemplo, onde as guerras geraram uma escassez de alimentos, insetos e animais passaram a ser comidos. Animais como cigarras crocantes, escorpiões , cobras e  lagartos foram transformados em fonte de alimentação e nos dias de hoje, são culturalmente vendidos e consumidos pelo seu povo, e por estrangeiros nas feiras livres populares.
A feira livre Baiana e nordestina também é exótica.  Os pratos mais simples, considerados exóticos por muitos, são consumidos pelo povo simples da maneira mais comum possível. Possuem um sabor sublime e quase sempre são acompanhados de pimenta e farinha de mandioca. O pior que na nossa cultura o Mcdonalds é bem mais popular do que a culinária típica regional.
Só desejo que não precisemos de uma guerra para descobrir-se os sabores daqui.

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