terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

QUEM MATOU MARIA HELENA?

Quando: Quintas e Sexta de Janeiro a Março. 20:30h
Valor: R$ 40 e R$ 20 (meia)
Onde: Teatro Sesc Casa do Comércio
End: Avenida Tancredo Neves, 1109. Pituba
Contato: Tel.: 3341-1310
Sinopse: Ator, diretor e autor conspiraram juntos. E a comédia policial escrita por Cláudio Simões ‘Quem Matou Maria Helena?’ volta à cena em remontagem dirigida novamente por Celso Jr e, claro, com o talento intacto e ainda mais amadurecido do protagonista-solista Frank Menezes. O imbróglio de um suposto assassinato da mulher Maria Helena, namorada do personagem Mário Augusto, que a descobre inerte em seu guarda-roupa, é o estopim de uma trama muito divertida, cheia de reviravoltas, reconhecimentos e outros tantos recursos do melodrama, incluindo também tratamentos muito emotivos, com teor de delicadeza contrastante e complementar à comédia. O diretor Celso Jr lembra que os elementos do melodrama policial estão presentes e que o escritor Cláudio Simões define a peça como uma "comédia policial".

A remontagem sugerida por outro craque da direção, Fernando Guerreiro, e logo aceita pela equipe de criação de ‘Quem Matou Maria Helena?' e pela produtora Edyna Pereira vai emocionar o público também pela vozes em off de dois grandes atores já falecidos: Nilda Spencer e Wilson Mello. Sem dúvida, a interpretação deles em momentos de profunda sensibilidade cênica de uma trama bastante complexa vai comover a plateia. Às vozes deles, juntam-se a do ator Harildo Deda também em magistral desempenho numa das locuções, assim como de Evelin Buchegger e do próprio diretor Celso Jr.


Embora lance mão de ingredientes de extrema emotividade no decorrer de um enredo com várias peripécias, o espetáculo tem um tom paródico e faz rir justamente quando assume suas semelhanças com o dramalhão risível. As referências ao novelão mexicano estão em recursos melodramáticos, como falsas pistas, vinganças, amor não correspondido, adoções de órfãos, entre outros códigos do sempre apaixonante gênero dramatúrgico, que com esta montagem é revisitado.


A direção musical reforça os traços do melodrama com a trilha integralmente extraída de telenovelas brasileiras, a partir de pesquisa feita pelo próprio autor Cláudio Simões. Na peça tem temas que foram sucesso das novelas O Clone e Pecado Capital, entre outras canções dramáticas e românticas, que sugerem amor verdadeiro e evoca algo da solidão do personagem principal da trama.

Ator solista, na verdade Frank Menezes interpreta vários personagens que contracenam entre si. Experiência e versatilidade aliam-se na representação do mocinho ofendido ou da mocinha injustiçada, do vilão maquiavélico ou da vilã vingativa. O personagem central Mário Augusto, no entender de Frank, "é um desesperado para reverter a solidão, com momentos de emoção genuína". Por seu turno, o diretor Celso revela sua inspiração em filmes de suspense e na cinematografia de Pedro Almodóvar, assim como as referências retiradas do melodrama de mistério.