domingo, 17 de outubro de 2010

Reescrevendo " Felicidade Clandestina"

Praticar o hábito de leitura, para muitos alunos de uma escola em Recife, era uma tortura, ninguém queria perder tempo em uma monotonia imensa.Mas nem todos pensavam assim, Clara era apaixonada por livros, flutuava e fantasiava tudo o que lia, porém não tinha condições financeiras para obter os livros desejados.Todos se encantavam com ela, tão diferente. Apesar de ser uma garota com uma beleza invejável, ela pouco se importava com esses requisitos, tudo o que queria era ler e ser uma grande escritora. Passava horas e horas vislumbrando a vitrine da livraria, e seu maior sonho era obter a coleção de Monteiro Lobato, bem aquela exposta na vitrine e também a mais cara.
Dina, sua colega e filha do dono da livraria, sempre se enfurecia com Clara, pois ela sempre ficava na porta da loja e seus pais sempre fazia comparações com ela ainda mais por Dina ser uma garota sem atrativos, não tinha nem o gosto pela leitura, mas tinha todos os livros, porém nunca teve o mínimo de interesse pela leitura.
Ela se sentia triste e com raiva de Clara, pois todos a esqueciam e ficavam sempre a exaltar a garota bonita, mas isso não seria somente triste para ela.Clara também precisaria de uma lição, se o que ela mais queria era os livros de Monteiro Lobato, teria que se humilhar aos pés de Dina.
Então, a menina começou a espalhar pela escola que tinha muitos livros e os de Monteiro Lobato eram os melhores, e Clara, ao escutar aquilo pediu-os emprestados, a garota com cara de sonsa disse que que ela poderia ir até sua casa e pegar, mas que ela chegasse cedo pois tinha outras pessoas querendo ler também.
No outro dia cedo, Clara foi em busca de seu sonho, com uma alegria imensa nos olhos.Mas, ao chegar na casa de Dina e pedir o livro, teve uma grande decepção, o livro já não estava lá e então foi embora triste, mas logo essa tristeza se dissipou, pois ela sabia que ia ter o livro no outro dia, mas essa tortura perpetuou por muito tempo. Mas outro dia em que fora até a casa de Dina, foi recebida pela mãe da garota e contou-lhe o que tinha ido buscar. A mulher ficou surpresa, e percebeu que a filha estava caçoando da cara de Clara, então pegou toda a coleção e entregou para Clara e disse que era um presente. A menina não se conteve e desabou em lágrimas, mas não de tristeza, sim de alegria. Então pegou os livros e saiu agarrada a eles, como se fosse tudo o que possuísse na vida.



Tairane Oliveira
Sandra Queiroz

2 comentários:

  1. muito lindo este texto reescrevendo Felicidade Clandestina... Parabéns...

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  2. Meninas, o texto está muito bom. Vamos aguardar agora a crônica.
    Parabéns! Maria Laura

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