sexta-feira, 16 de abril de 2010

Eternamente Agora – Um Tributo a Mário Cravo Neto



O fotógrafo Mário Cravo Neto (1947-2009), que traduziu através de suas lentes a Bahia e seus personagens, é homenageado na exposição "Eternamente Agora – Um Tributo a Mário Cravo Neto", em cartaz a partir desta quinta, 8, no Anexo do Palacete das Artes Rodin Bahia (Graça/Salvador). Realizado pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, a mostra abre o Programa "Quarta Dimensão" que apresenta artistas brasileiros consagrados internacionalmente.
"Eternamente Agora – Um Tributo a Mário Cravo Neto" aproxima o público do artista que vivia mergulhado nas suas criações no bairro de Castelo Branco, assim como, em todos os cantos da cidade que tanto inspirou os seus registros. Com essa proposta, o curador da montagem, Christian Cravo, também fotógrafo e filho do homenageado, reproduziu parte do ateliê do pai.
O espaço chamado de Canto da Casa reconstrói, com os objetos pessoais e de trabalho, a atmosfera inventiva do local onde Mariozinho, como era chamado pelos amigos, dedicava noites e dias executando seus projetos. “Nasci nesse ambiente e ver o passado artístico do meu pai é lembrar minha infância”, recorda Christian.
Do rico acervo de Cravo Neto constam 33 fotos, coloridas e em preto e branco, de pessoas próximas. Os familiares e amigos que passaram pela sua casa foram, ao longo dos anos, interpretados, especialmente no período em que esteve limitado fisicamente, por conta de um grave acidente automobilístico. Cada um deles retratados de um modo muito peculiar pelo artista. E assim, de forma displicente, fundo infinito e uma velha lona de caminhão, nasceu o que vem a ser o seu maior e mais conhecido trabalho, O Eterno Agora, transbordando técnica apurada e poesia.
“Ele, homem de grande complexidade, buscou a si mesmo ao longo de toda a vida, transformou a câmera fotográfica em seu prolongamento para melhor definir o seu eu e o universo a sua volta”, reflete Christian, que também selecionou os auto-retratos do pai clicados ao longo dos 62 anos. Entre as fotos, que revelam como ele se entendia, está a última delas, uma silhueta refletida na parede branca e sem vida do leito hospitalar. Para Christian, essas imagens são pontos fundamentais da obra, pois mostram como o pai se percebia.

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