quarta-feira, 21 de abril de 2010

VIVA SÃO JOÃO!!!

Bem amigos, vai chegando mais uma época de festa e feriado, e já percebo muita propaganda nas ruas. Me sinto na vontade para produzir esse texto e abordar a religião e cultura em relação a exploração comercial. Tenho o intuito de através desse texto de analise crítica, discernir sobre acontecimentos contemporâneos, sobretudo, com uma visão Deísta, a qual me possibilita pesquisar sobre esse e qualquer outro tema em relevância. Segue o texto:




VIVA SÃO JOÃO!!!




A maneira como a páscoa é comemorada, vista em um texto escrito anteriormente no blog, percebe-se que o seu real sentido é aterrado pela ganância comercial exploratória, que com seus coelhos “botadores” de ovos de chocolate acabam, levianamente, significando mais do que a cultura religiosa de mais de 2.000 anos de existência. Outras festas de feriados nacionais religiosos acontecem durante a sazonalidade anual do calendário católico, e também são erroneamente, falando-se em cultura de massa, descaracterizadas pela transformadora ação do comercio.
Quando era criança, em um passado não tão longe, comemorávamos na escola, assim como o dia do Índio em 19 de Abril, a chegada de uma época do ano. Entendo que toda aquela produção era em prol do conhecimento cultural. A escola se transformava em um espaço cênico junino, indígena, dependendo da data, onde os alunos eram todos caracterizados com roupa de taco, dentes pintados, chapéu de palha, levávamos comidas típicas como amendoim cozido, pamonha, milho e tocávamos bastante fogos ao som do forró. E assim se fazia a festa antes das férias de meio de ano na época de São João.
Nos dias da festa de Junina era de costume as pessoas visitavam os amigos. E quem não fosse amigo, também poderia navegar de acordo como mandava a cultura. Era só bater na aporta e perguntar – São João passou por ai? – A frase caracterizava-se como uma senha, em que até os desconhecidos se convidavam em ir a casa dos outros festejar como amigos.
Você nesses tempos se arriscaria abrir a porta para desconhecidos? Acho que não. Mas ainda existem alguns lugares com essa tradição. Pode ter certeza.
Falaremos hoje da festa de São João. Festa Junina, que acontece nos dias 24 e 25 do mês de Junho, com direito a dia, véspera e tudo mais. Será que tem alguma coisa haver com o feriado de páscoa? E com o de Natal? Pois é. Para a maioria das pessoas a festa de São João não é nada mais que, um feriado para ser curtido. Mas, mais uma vez, moldada pela exploração comercial.
No período de São João, assim como na época de carnaval, são comercializados os terríveis demolidores de cultura. Os abadás para as festas. Camisas que como no carnaval, com seus blocos e cordas que parecem mais a Muralha de Berlin, provocam um apartheid em sua plenitude quase nunca percebidos.
Sempre percebi uma separação cultural. E quem tem aquele pedaço de tecido, que depois serve como pano de chão se comporta como superior na escala humana. Se acham mais inteligentes, mais importantes, mais ricos, enfim, melhores na estratificação social, só por vestirem e irem naquela merda de festa. Mas como isso pode ser, se essas pessoas, ou melhor, esses fantoches adestrados do consumo, estão blindados para a cultura Junina dentre outras?
O significado da festa Junina advêm de um relevante acontecimento religioso e conseqüentemente bíblico. O apóstolo João Batista, homem simples, e querido pela igreja, conhecedor com vinco do evangelho, batizou Jesus no Rio Jordão situado entre os países de Israel e Jordânia. Foi canonizado pela Igreja como um Santo e por esse fato é que o sincretismo religioso emana nos dias de 24 e 25 de Junho, data do seu nascimento, que até hoje é feriado nacional.
Não só esses dois dias, mas todo o mês de Junho é comemorado com muita festa desde então. Em algumas cidades como Caruaru-PE, Aracajú-SE e Campina Grande no Estado de Paraíba, e em algumas cidades da Bahia, como Santo Antonio de Jesus começando com a festa de Santo Antonio, o verdadeiro festejo de São João, duram cerca de 30 dias regadas de muita cultura. Festa, forró, parque para crianças, barracas de comidas típicas, licor, quentão e quadrilha de dança.
Mas a cultura está sendo borrada. O São João da Bahia tem a festa de abadá como sinônimo de São João. As pessoas não se divertem nos arraiais, bebe cerveja e não bebem mais licor de jenipapo, feito artesanalmente e nem quentão para passar o frio de inverno. Quem veste abadá não assa milho nem se esquenta do frio na fogueira. Quem veste abada, come hambúrguer e churrasquinho. Assado na fogueira? Não. Não. Frito na chapa. E não comem canjica, milho cozido ou assado, pamonha, mugunzá, amendoim cozido, bolo de aipim, dentre outros quitutes deliciosos que só de lembrar, vem a vontade de que chegue logo o São João.
Enfim, quem só veste abada nessa época meus caros, se desnuda culturalmente a pedidos dos demolidores culturais. Se excluem, enquanto a quadrilha, não a quadrilha Junina, mas a quadrilha que fabrica dinheiro através do axé music, fazem cidadãos dançarem feito macacos adestrados, dizendo “vamos sair do chão galera”. E enquanto isso, o direito a um “Rastapé” é roubado em pleno São João.

5 comentários:

  1. Pessoal beleza?

    Esse e outros textos estão no meu blog.

    www.leiturahibrida.blogspot.com

    Um abraço.

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  2. vou querer autógrafo de vocês, pra que depois, quando ficarem famosos, não me negar... se negar que eu fui professor de OLE, baterei em vocÊs. rsrsrsrsrs

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  3. Lucas, parabéns pelo texto, blog. Ótimas reflexões.

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  4. Lucas ,adoorei!

    Fala da verdadeira forma de viver esta data atraente em sua simplicidade que tem a sua essência tão esqueçida para dar lugar a festas carnavalescas inseridas nas suas comemorações.

    abraços

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  5. À proporção que o tempo passa, não só o São João mas muitas festas típicas do nosso país perdem sua real essência.
    Esta realidade da descaracterização do São João pode ser vista também em festas como o carnaval de Olinda.

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