quarta-feira, 9 de junho de 2010

histórias sob muitas rodas


Todo mundo tem uma história um tanto pitoresca em um ônibus pra contar. Na verdade, quem não anda de buzão não tem história pra contar. Seja numa viagem longa, a passeio, cantando os grandes hinos: “se a canoa não virar” e “a barata da vizinha”, ou mesmo em um pequeno percurso, indo ao trabalho, à escola, andar de ônibus é tão comum na vida moderna, que mesmo com tantos outros meios de transporte mais velozes, ele ainda resiste e nunca cai de moda.


Principalmente quando se vai viajar pra longe, há uma expectativa para saber quem nos fará companhia (ou descompanhia) na poltrona ao lado. Ainda tem gente que espera encontrar o príncipe encantado (ou princesa), trazido pelo acaso, ou fazer novas amizades. O pior é que nem sempre o que vem é o que se espera. É sempre um gordo que ocupa, além do seu espaço, um pedaço do nosso. E ronca, e mexe pra lá e pra cá. Ou às vezes uma mulher tagarela, daquelas que falam mais que a boca, contando lorotas e mais lorotas. Ainda tem as mães com as crianças pequenas que passam a viagem inteira chorando. Ou então, um indivíduo que tem “suvaqueira”. É um fedor brabo. E imagine isso no calor, não tem “fi de Deus” que agüenta.

E por falar em coisas nojentas, quem nunca enjoou em um ônibus? Bendito seja o Dramim, mas quando se esquece dele, o bicho pega. Se bem que tem gente que enjoa, mas não vomita. Agora um bocado não consegue segurar o que comeu, no estômago. Aí, coitado de quem está do lado. As poltronas mais concorridas são as da janela, as de números ímpares, que quando não são usadas pra se vomitar, servem para distrair, olhar as paisagens da estrada.

No buzão se vê de tudo e de todos. Tem os distraídos, que dormem demais e acabam passando do lugar que devia descer, indo pra um desconhecido. E tem os que dão dor de barriga sempre que vão viajar. Esses sempre reservam as passagens com as poltronas que ficam perto do banheiro, lá no fundão. Nas suas bolsas o que não pode faltar é o papel higiênico, já que nunca se sabe, vai que as empresas de ônibus não oferecem esse recurso. E tem os estressadinhos que passam a viagem inteira reclamando que não tem ar condicionado, que não tem água, que está desconfortável, que vai processar a empresa. Só fogo de palha. E tem os peidões, cada bufa fedorenta que você fica até fora de si, intoxicado. Se tampar o nariz, você os deixa sem graça. O jeito é agüentar.

São tantas histórias, são tantas figuras. Muitas também são as farofas, indispensáveis pra viagem. Muitos quilômetros rodados, em estradas boas ou esburacadas. Agora poucas são as aventuras de quem não anda de ônibus.

Ah, se os coletivos falassem...                                                                    Erikson walla
 
 
esse texto foi produzido por um grande amigo meu Erikson walla e está inserido no blog dele http://www.eriksonwalla.blogspot.com/, ele é estudante de jornalismo e é cronista de um jornal regional "Acomarca",e estágiario da tv aratu, eu particularmente gosto muito dos textos produzidos por ele e das poesias também ...
 
 
 Tairane Oliveira...

3 comentários:

  1. PAsmem...eu tenho histórias maravilhosas de ônibus.... já andei sim.... ótimo texto

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  2. Pois é professor eu também tenho tantas histórias de buzu... e não tenho tanta sorte com eles não! Sempre me vejo sentada ao lado de um bêbado que não me deixa em paz , parece até que tenho cheiro de cachaça,eles me perseguem...kkk e sem contar quantos buzu errados eu já peguei e quantas quedas já levei ah sim quedas em buzu é minha especialidade heheh!

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  3. ...lembrei de uma atividade na faculdade, feita há alguns semestres atrás na matéria de Redação Publicitária, lecionada pela ótima criativa professora Alessandra Calheira, ela deve ser professora de vcs nos próximos semestres, aproveitem. Um colega que se tornou grande amigo, mais conhecido como nômade, contou uma de suas viagens de mudança, mais apropriada chamar aventuras sobre rodas. Dessa vez ele estava se mudando de Rondônia para São Paulo. Pra vcs terem uma idéia, uma de suas bagagens era uma moto.... Se conseguir o texto eu posto no blog.

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