quarta-feira, 2 de junho de 2010

Artigo de Opinião - Menores devolvidos após a adoção


É entristecedor ver crianças que passam anos esperando uma adoção, serem devolvidas após alguns meses ou sofrerem maus tratos. Os motivos permeiam na falta de um maior suporte técnico para auxiliar estas famílias, e na quantidade de pessoas que decidem adotar uma criança somente pela satisfação de estar num padrão familiar comum.
Hoje em dia constituir uma família tem representado status. O famoso estereótipo da família margarina sugere que os filhos também componham este cenário. Pessoas com melhor poder aquisitivo conseguem mais facilmente a adoção, porém nem sempre uma melhor condição econômica reflete num maior cuidado com o menor. Muitas vezes o menor é devolvido por se tornar um empecilho para os pais adotivos. É assim que muitos candidatos se habilitam à adoção, sem a consciência que é preciso abdicar de prioridades pessoais em favor da criação e do amor dedicado a um filho. Estas pessoas não deveriam ser responsabilizadas pela lei?
Por outro lado, existem pais adotivos que não sabem como lidar com alguns conflitos no relacionamento. As crianças também encontram dificuldades para se adaptar com a nova rotina, os novos hábitos. Como solucionar os conflitos sem o auxílio de profissionais preparados para orientar estas famílias?
Mais uma vez a justiça deve exercer maior participação, oferecendo um maior suporte técnico após a escolha dos habilitados à adoção. Acompanhar mais de perto a rotina destes menores pode evitar que mais crianças sejam devolvidas, e que a fila de espera continue a crescer tanto para os que esperam o tão sonhado lar quanto para os que aguardam o sim da adoção.

6 comentários:

  1. Tamile escolheu um bom tema. Depois do que vimos na televisão, o caso da menina de 2 anos que foi espancada pela procuradora que a adotou, esse assunto tornou-se um tanto quando polêmico. É um excelente tema e o texto ficou maravilhoso.

    Parabéns, Mile!

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  2. As crianças, assim como criminosos que saem das cadeias sem uma devida análise, psicológica e social, dentre outras investigações, estão sendo "despachadas" pela justiça nas mãos de pessoas despreparadas para constituírem uma família. As consequências são diversos maus tratos e a devolução que já deveria ser observada de forma séria pela justiça. Com um controle maior, periódico e contínuo depois da adoção e um estudo mais detalhado antes da adoção de fato se melhoraria a qualidade das adoções no Brasil.

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  3. É um assunto que eu não estou muito por dentro. Mas acho que esse bla bla bla de controle maior da justiça e avaliações periódicas com os casais responsáveis não funciona muito, prefiro apostar numa forma de conscientização, acho que assim o mal será cortado pela raíz. E além do mais não há como a justiça brasileira, que diz se preocupar com vários assuntos, "guardar" essas crianças de seus pais atuais por toda vida.

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  4. com certeza o índice de maus tratos de crianças adotivas tem aumentado muito,e a devolução é muito frequente, acho tão entristecedor crianças sendo devolvidas aos orfanatos com se fosse uma mercadoria quebrada, que não prestasse mais,imagine só o que se passa na cabeça de uma criança dessa acaba se sentindo um estorvo.É preciso rever conceitos sobre adoção .

    Tairane Oliveira!

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  5. Não é questão de - bla bla bla - como inferiram acima. Eu penso em prioridade, sinto a tristeza de saber que uma criança está sofrendo maus tratos. Como é que pode uma criança ser adotada, ser espancada, abusada sexualmente, sofrer torturas psicológicas pelos que então seriam seus pais? E a justiça sendo a única que pode atuar nesse processo de adaptação da criança, observação e se houver no caso punição se omitir?
    Eu acho que as tentativas de conscientização, como inúmeras ocasiões no Brasil, estão cada vez mais fracassadas. Isso sim é comodismo... ou blablabla...

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  6. Mile, assim como você, eu acredito que o processo de adoção corre mais rápido quando os pais possuem uma qualidade de vida mais favorável. o que não significa que o tratamento dado à criança vai ser dos melhores.
    A justiça brasileira ainda é muito falha, o que facilita a ocorrência de casos como o da promotora que agredia a menor a qual tinha adotado.

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