segunda-feira, 7 de junho de 2010

Texto por Fernada Fahel

O mundo esta cheio de diversidades sexuais, mas até que elas saiam do armário, ate que não exista mais a vergonha de mostrá-las, será uma luta. Por isso, hoje fiquei feliz em saber que a Parada Gay paulista é uma das maiores do mundo, se não a maior. Pois, de fato, a comunidade gay brasileira é imensa, porém ainda existem os “não assumidos”, mas que, a julgar pelos números, começam a tirar suas máscaras.
Neste domingo, 06 de junho de 2010, cerca de três milhões de pessoas se juntaram na Avenida Paulista (SP) para defender os direitos da comunidade LGBTT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) na 14ª Parada do Orgulho LGBT. O evento, conhecido como Parada Gay, reuniu não só o público alvo, mas também héteros simpatizantes e curiosos.
É notável como a quantidade de simpatizantes cresceu de uns tempos para cá. As pessoas estão mais compreensivas e acolhedoras quando se trata de homossexualidade e isso é um avanço e tanto para a sociedade no que se diz respeito a um povo mais igualitário.
E é justamente com esse propósito de igualdade, que a Parada Gay é feita anualmente. Belíssima, divertidíssima e, é claro, coloridíssima como sempre, este ano ela começou ao som de um remix eletrônico do Hino Nacional Brasileiro e contou com mais de 20 trios elétricos, os quais o publico pôde acompanhar ao longo dos 3,5 Km percorridos.
É tão bonita a maneira como o público gay sabe e gosta de se expressar. Sempre animados e prontos para se divertir, eles, através das Paradas Gay, se tornaram um movimento de grande força no Brasil e no mundo, tomando até escalas políticas.
Nesse ano de 2010, o movimento gay trouxe um tema bastante sério, que foi: “Vote contra a homofobia: Defenda a cidadania”, com o intuito de trazer à tona a importância de eleger políticos comprometidos com o respeito à diversidade. "O que mais precisamos é da criminalização da homofobia", diz o coordenador-geral do mês do orgulho LGBT de São Paulo, Manoel Zanini, ciente de que, apesar dos muitos reconhecimentos jurídicos já conquistados, a questão da homofobia ainda não atingiu nenhum direito constitucional.
O impressionante, dado o ano em que estamos, é a ignorância política de não perceber que a discriminação contra o homossexual merece tanta atenção quanto à discriminação racial, já considerada crime no Brasil. É evidente o quanto a discriminação, de qualquer gênero que seja, é um atraso. Ela trás desunião, desentendimentos e, por fim, sofrimentos desnecessários.

A discriminação contra o homossexual é um ato inconseqüente, injusto e ignorante. É preciso acabar com essa visão “tapada” de que ser gay é anormal ou nojento. Não é. Ao contrario, sexualidade é algo inconstante e diverso e estaria sempre nos trazendo surpresas se nos permitíssemos explorá-la mais ao invés de julgar o que é diferente como inaceitável.

A Parada do Orgulho LGBT, que cresce a cada ano, é de extrema importância na luta contra a homofobia. Ser gay é normal, diferente do que muitos ainda pensam, e a quantidade de pessoas presentes na Avenida Paulista no dia 06 de junho, prova isso.

Um comentário:

  1. Ser gay é perfeitamente normal. Anormal é não respeitar o próximo. A criminalização da homofobia ajudaria nas ações jurídicas. Mas acho que o pior dos preconceitos é aquele velado, escondido, disfarçado.
    Quanto a popularização da parada gay, como acontece aqui em Salvador, muitos dos "simpatizantes" vão pela festa, pela farra. Acho que é importante também que fique a cada ano mais nítido o maior motivo desse evento: comemorar o respeito mútuo, a liberdade de vida, expressão e sentimento dos que formam a sigla LGBTT.

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