sexta-feira, 26 de março de 2010

O mundo que não se vê

Este trabalho tem como objetivo uma breve reflexão acerca do documentário «Janela da Alma», produzido em 2002 sob a direção de João Cardim, onde o tema central está fundamentado no modo no qual dezenove personalidades - que possuem desde uma breve miopia até a cegueira total - enxergam o mundo que está à sua volta assim como, também, no modo que exergam a si mesmos.

A subjetividade que pode ser inserida no fato de pessoas possuírem diversos níveis, ou maneiras, de enxergar o mundo é o elemento-chave para toda a contrução deste documentário que, ao nos colocar em contato com os vários depoimentos nele presentes muitas vezes nos assustam e nos encantam.

Pode-se dizer que, de maneira geral, existem, essencialmente, dois modos a serem utilizados para se enxergar o mundo, de acordo com o documentário: há os olhos daqueles que compreendem o que vos cercam e, ainda, há também os olhos daqueles que principalmente sentem tudo aquilo que está à sua volta. A discussão maior, certamente, esteve pautada neste segundo grupo.

A proposta maior do documentário, segundo esta ótica, é registrar e compreender, à partir das próprias experiências dos entrevistados, as diversas formas de se enxergar o mundo - formas que se utilizam não somente a visão, como também o tato, o olfato, entre outros sentidos.

A leitura do mundo não se condiciona necessariamente em um único prisma: ela pode ser desenvolvida para muito além do que é conhecido e determinado socialmente e, dessa maneira, o que, para muitos, é considerado uma «deficiência», para alguns pode ser considerado a porta de entrada para o desenvolvimento de muitas outras capacidades.

Um comentário: